Dentro da filosofia budista, há vários “perfumes” e “sabores”. Desde sempre, a via do Buda tem integrado diferentes métodos e práticas, que dão conta da grande variedade de experiências e necessidades humanas. Não só acolhemos a diferença como expressão positiva e generosa da forma como a via do Buda tem incluído ao longo dos tempos diferentes culturas e matizes, como acreditamos que estes múltiplos caminhos são a manifestação do aspecto essencial de compaixão e sabedoria que conduz ao sabor único da liberdade.
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No centro da delegação do Porto da UBP privilegiamos o método essencial da prática budista, a meditação, que cultiva o olhar interior e a atenção. Temos sessões de prática para não-principiantes mas também sessões de introdução à meditação, encontros abertos em que não é necessário ter experiência prévia, e em que o objectivo é igualmente de partilha e de reflexão em conjunto. Regularmente organizamos cursos que visam uma introdução à teoria e às técnicas da meditação, e que incluem os vários aspectos da postura, a meditação no dia-a-dia, e como lidar com as dificuldades que surgem no caminho.
Para uma maior integração da prática com o conhecimento teórico do Budismo, consideramos fundamental o contacto com instrutores e professores de várias escolas e tradições budistas em conferências, seminários e retiros. Os retiros, em especial, são momentos essenciais para um aprofundamento da prática e um (re)encontro com simplesmente ser.
Neste centro, há ainda a oportunidade de conjugar áreas que se ocupam do equilíbrio mente-corpo. Semanalmente temos horários para a prática de Yoga, de Lu-Jong e de Qi Gong, e oferecemos igualmente um conjunto de técnicas e terapias que se consagram à descoberta das capacidades de auto-cura e à abertura ao que somos.
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Este espaço existe mercê da generosidade dos que organizam as várias actividades que oferece, dos que participam nessas actividades, dos que contribuem com donativos ou com o seu tempo, mas sobretudo de todos os que partilham aquilo que são.
Muitas outras ideias e projectos se podem desenvolver e concretizar, estamos num caminho aberto. Para isso gostaríamos de poder contar com a participação de mais voluntários na dinamização deste centro, de forma a construir um espaço realmente vivo e luminoso. A primeira acção hábil ao querer agir para o bem, dana, a generosidade, é o cultivar de uma boa vontade para dar, para partilhar, para descontrair e soltar. Pode manifestar-se ao oferecer tempo, energia, recursos e sobretudo amor. E ao “dar”, estamos a criar as condições favoráveis para sentir ainda mais amor e alegria. Num mundo com graves problemas ecológicos, fomes, guerras, terrorismo, etc., temos de tomar consciência das relações de interdependência que nos ligam aos outros e ao mundo em que vivemos, e agir em conformidade.
Nas palavras do Dalai Lama: "Sinto que a essência da toda a vida espiritual são os sentimentos e a atitude que temos para com os outros. Se a nossa motivação for sincera e pura, o resto virá por acréscimo. Podemos desenvolver esta atitude correcta para com os outros com base na bondade, no amor e no respeito, bem como na compreensão clara da identidade de todos os seres humanos. Isto é importante porque os outros, e tudo que fazemos, beneficiam desta motivação."