12 setembro 2005
Mandalas
Estive a fazer o press release para Lisboa, aqui vai:
Com o apoio da União Budista Portuguesa e do centro Nangten Menlang de Granada, cinco monges budistas tibetanos virão à Península Ibérica para demonstrar um ritual sagrado na tradição do Budismo tibetano, a construção de mandalas de areia. Os monges pertencem ao Centro Médico Budista de Manali, na Índia, sob a responsabilidade de lama Lobsang Thamcho Nyima (um tulku da tradição Gelugpa que já esteve em Portugal). Esta demonstração pretende dar a conhecer um dos aspectos mais ricos da cultura tibetana e contribuir para o diálogo entre culturas tão diferentes como a oriental e a ocidental. Em Lisboa, o evento decorrerá de 22 de Setembro a 1 de Outubro no Tuatara, Rua do Centro Cultural 27, 3.º andar Alvalade. No Porto, de 3 a 10 de Outubro, no CRAT, centro regional de Artes Tradicionais, na rua Reboleira, 33-7.
Para além de poder assistir à execução do mandala e às várias fases da sua construção, o público poderá dialogar com os monges e participar noutros eventos - exposições fotográficas, palestras, workshops para crianças e venda de artesanato tibetano.
A palavra mandala, em sânscrito, pode ser traduzida por "círculo" embora signifique mais do que uma simples forma geométrica. Um mandala representa uma estrutura organizada à volta de um centro unificado e simboliza a unicidade, a plenitude. Pode ser visto como um modelo do sistema organizado da própria vida - um diagrama cósmico que nos recorda a nossa relação com o infinito. O princípio do mandala pode ser encontrado no infinitamente grande e no infinitamente pequeno, nas formas da natureza e nas formas da arquitectura.
No Budismo Tibetano simboliza o Universo, representando as qualidades de uma mente iluminada, e é utilizado como suporte de meditação. A execução dos mandalas feitos com grãos de areia coloridos requer muitas horas de trabalho paciente. Cada mandala parte de uma estrutura geométrica preestabelecida e contém inúmeros símbolos que devem ser perfeitamente reproduzidos. Os monges crêem que o cuidado que põem na execução do ritual e a pureza da sua motivação traz grandes benefícios às pessoas que contemplem o mandala e à região onde são realizados. No final, e para simbolizar a impermanência da vida, o mandala é destruído e as areias distribuídas pelos presentes e espalhadas na natureza como oferenda de todo o Universo.
Para o mundo ocidental, a perenidade desta forma de arte sagrada pode causar estranheza. Os praticantes budistas, contudo, acreditam que materializar as qualidades luminosas que o mandala simboliza as torna realmente presentes e as potencializam em cada um de nós.