28 julho 2005

Apontamentos

Conferência de Tulku Pema Wangyal Rinpoché na UBP
Segunda 25/07/2005

De acordo com os seus mestres, Rinpoché diz que para ser mestre é preciso ser um ser totalmente desperto. Mas para repetir não é necessário, e é isso que vai fazer, repetir aquilo que ouviu dos seus mestres.

Se a atitude ou estado mental, é positiva, ou pura, a nossa via e os níveis atingidos, serão também positivos ou puros. Mas se a nossa atitude, ou o nosso coração ou estado mental for negativo, o resultado será também negativo.

Então, como tudo depende tanto do estado da mente, o treino da mente é um ponto essencial. Como tudo é interdependente, se plantamos a semente da planta medicinal, o resultado será um fruto medicinal. Se plantamos a semente dos venenos, o resultado será de acordo, será também, negativo ou impuro.

Mais do que aquilo que fazemos, é importante examinar o estado da nossa mente antes de fazer o que quer que seja.

Por vezes podemos pensar que as coisas dependem das aparências ou acções externas. Mas é mais de acordo com as nossas intenções, com o nosso objectivo, porque por vezes as acções são semelhantes mas os resultados são diferentes. Por exemplo, quando alguém convida outra pessoa para uma refeição, pode oferecer boa comida ou comida envenenada e o resultado será completamente diferente.

Devemos examinar a nossa atitude antes de tudo, verificar o nosso estado mental, de modo a cultivar a intenção de ajudar os outros, começando pelos amigos, pela família, e alargando essa intenção a todos os outros. É o meio de obtermos um resultado positivo de tudo o que fazemos.

De modo a cultivar este estado positivo da nossa mente, nos ensinamentos de Buda, é frequente dizer-se que para cultivar o bom coração é preciso treinar a mente. Começando com amor, compaixão, alegria e equanimidade ou imparcialidade.

Quando falamos deste amor (loving kindness) é o desejo ou pensamento de levar a felicidade e causas da felicidade a todos os seres. E quando falamos de compaixão é o desejo ou pensamento de reduzir, ou mesmo eliminar, o sofrimento e causas do sofrimento de todos os seres.

Por vezes na nossa vida temos estados mentais, ou uma situação que é difícil sermos capazes de apreciar. Por exemplo uma situação em que aquilo que queremos obter é alcançado por outros.

Por vezes sentimos isto como algo insuportável. Mas com um sentimento assim, insuportável, quando essa forma de pensar atravessa a nossa mente, isso não nos ajuda a obter o que procuramos, a obter o que aspiramos. Podemos sentir-nos invejosos e desconfortáveis, mas isso não nos ajuda a obter aquilo que queremos.

Mas se pelo contrário nos regozijarmos com isso, com a felicidade que os outros têm, isso ajuda-nos a obter o que desejamos. Regozijarmo-nos pela felicidade dos outros é um pensamento muito positivo.

É muito fácil gerar amor por alguém que nos é próximo e também a compaixão em relação ao desejo de libertar os outros dos seus problemas, é mais fácil no início para os que nos são próximos. É mais difícil para os que nos parecem mais distantes, e mais ainda em relação às pessoas de quem nós não gostamos.

Se, para começar, temos algum tipo de compreensão, algum tipo de realização de que não há um único ser que não tenha sido importante para nós, se tivermos algum tipo de compreensão, gradualmente, com o tempo, acabaremos por gerar amor compaixão e alegria para com todos os outros seres e mesmo para as pessoas que sintamos mais difíceis.

Segundo os ensinamentos de Buda, esta vida que temos não é a primeira, tivemos vidas incontáveis no passado. Mas podemos perguntar como é que um ser iluminado pode afirmar isso.

De acordo com os ensinamentos de Buda é dito que todos nós, os seres sensíveis, temos a natureza ou potencial de Buda, ou do estado desperto, mas estamos temporariamente obscurecidos. No momento em que removamos os obscurecimentos, seremos capazes de descobrir, a partir de dentro, os nossos próprios potenciais e as nossas preciosas qualidades.

No potencial não há qualquer diferença entre os seres despertos e os seres obscurecidos. Uma vez despertos, uma vez livres dos nossos obscurecimentos e dos nossos defeitos, não haverá qualquer diferença. As diferenças só existem
na via, até estarmos totalmente despertos.

De acordo com os ensinamentos há 5 vias e 10 níveis.
- via da acumulação
- via da junção
- via da visão
- via do treino
- via para além do treino

Na via da acumulação trata-se da acumulação de virtude através da prática das acções positivas.

Quando actualizamos plenamente a via da visão, atingimos o primeiro nível. E desde o primeiro até ao sétimo nível seguimos a via do treino. Finalmente o último nível está para além do treino.

Se treinarmos a nossa mente, quando atingimos o primeiro nível, a via da visão, seremos capazes de ver quem fomos nas nossas cem vidas passadas e quem seremos nas nossas cem vidas futuras. E quando atingimos o segundo nível poderemos ver até mil vidas no passado e mil vidas no futuro.

É certo que teremos acesso, ao longo deste caminho, a centenas de diferentes dimensões, e não é algo que uns possam e outros não. Se pudermos treinar, se pudermos remover os nossos véus, revelar o nosso potencial, todos nós teremos acesso a esta realização, não é algo só atingível pelo Buda. Se pudermos desenvolver este treino, saberemos as vidas do passado e do futuro.

Sangyé (Buda) é um termo que designa desperto. Desperto das nossas ilusões, dos nossos obscurecimentos.

Quando dizemos Buda podemos pensar que é apenas alguém que veio do oriente, da Índia. Mas se assim fosse, a natureza de Buda seria algo muito limitado. Mas não é, e todos temos esse potencial de nos libertarmos das nossas ilusões, dos nossos obscurecimentos.

Para ultrapassar as ilusões, o treino da mente é algo muito importante. Começamos pelo treino a gerar amor compaixão e alegria e depois tornamos estes sentimentos absolutamente imparciais em relação a todos os seres.

Quando geramos amor por alguém, isso tem o poder de eliminar a nossa atitude egoísta, porque estamos a amar outra pessoa. Amar alguém é realmente amar-nos a nós próprios. É para nosso próprio benefício.

Do mesmo modo, quando pensamos em beneficiar os outros no sentido de reduzir o sofrimento e causas do sofrimento, isso é compaixão. Quando esse pensamento atravessa a nossa corrente mental, isso reduz a nossa cólera.

Do mesmo modo, gerando alegria pela felicidade de alguém, esse pensamento tem o poder de reduzir a nossa inveja.

E também assim, quando geramos imparcialidade, ou equanimidade, esse pensamento tem o poder de reduzir a nossa arrogância. E do mesmo modo a nossa estupidez e ignorância.

Gerando amor, compaixão e alegria com imparcialidade, gradualmente seremos capazes de desenvolver um estado de sabedoria no íntimo da nossa corrente mental.

Os outros pensamentos, de ódio, apego, egoísmo, ciúme, estupidez, tudo isto produz um resultado que não é positivo para nós próprios.

Mas se nos permitirmos desenvolver e deixar que impregnem a nossa corrente mental os pensamentos positivos, de amor, compaixão e alegria, isso vai fazer com que as cinco emoções negativas sejam transmutadas em cinco estados de sabedoria.

- sabedoria discriminante
- sabedoria semelhante ao espelho (que tudo contempla e nada acrescenta)
- sabedoria que tudo realiza
- sabedoria que tudo acumula
- sabedoria absoluta ou do Dharmadhatu.

Permitindo a nós próprios que estes estados se tornem ilimitados, seremos capazes de dissipar os nossos obscurecimentos, os nossos conflitos interiores e assim beneficiaremos a nós próprios e aos outros.

Dependendo de cada indivíduo, de acordo com as diferentes capacidades, poderemos ter que começar por nós próprios ou pelos outros. Certos seres podem ser capazes de gerar estes bons pensamentos logo de início pelos outros seres, enquanto que outros podem não conseguir isso. Temos de começar de acordo com a nossa própria capacidade.

Para sermos capazes de amar os outros temos que nos amar a nós mesmos. Não quer dizer que ao amarmo-nos a nós próprios devamos desenvolver arrogância no sentido de nos acharmos melhores que os outros, mas sim apreciar as nossas qualidades positivas.

Sendo capazes de gerar a confiança de que poderemos progredir e ser como os outros. Outros que podemos usar como referência. A confiança é muito importante, sem ela nada fazemos.

Muitas vezes os praticantes caem em incompreensão, compreendem mal, pensando que devendo ser generosos e praticar que devemos desistir de nós próprios, mas pelo contrário, devemos desenvolver a confiança em nós próprios, e na capacidade de desenvolver as boas qualidades em nós.

Juntamente com a confiança, temos que desenvolver a coragem que vamos conseguir o que pretendemos, em vez de pensar que vamos falhar. Falhar não é sinal de fraqueza. Pelo contrário, é sinal de que tentámos. Temos que ter a coragem para pensar que, se falhei, tentarei de novo até conseguir. Por vezes quando subimos uma montanha podemos dar algumas quedas, mas isso só significa que estamos a tentar, e que o nosso objectivo é chegar ao destino.

Por vezes sentimo-nos inseguros e pensamos que não somos suficientemente bons. Temos que abandonar esta atitude e desenvolver a confiança de que podemos conseguir, tal como os outros. Isto juntamente com a coragem e confiança em nós próprios e nos outros.

Quando não confiamos em nós, não conseguimos confiar nos outros, e quando não confiamos nos outros também não conseguimos confiar em nós. Isto leva-nos a uma vida de medos e incertezas constantes.

E juntamente com esta confiança, esta capacidade de querer, é importante desenvolver a tolerância e a paciência. E junto com a tolerância é muito útil ter também a diligência, que significa tentar desenvolver alegria no que fazemos. Na base de tudo está esta tolerância e diligência.

Precisamos também de contemplar o nosso estado mental. É preciso verificar qual o tipo de pensamento que atravessa a nossa corrente mental. Usualmente estamos demasiado ocupados a tentar descobrir o que se passa na mente dos outros, mas se pudermos ver o que se passa na nossa própria mente, será muito útil para o nosso treino mental.

Quando primeiro examinamos o nosso estado mental, verificamos que no início há muita negatividade, mas isso é normal, significa que estamos a olhar, a verificar, a observar. Quando começamos a ter consciência da nossa negatividade, é sinal de progresso, é sinal de que começamos a olhar para o estado da nossa mente.

E quando verificamos que há muita negatividade, na nossa mente, temos que gerar a determinação de que devemos cultivar estados mentais positivos na nossa mente. Isto será difícil de fazer constantemente porque não estamos habituados a isso.

É como o dia em que começamos a conduzir e a forma como conduzimos hoje, em que praticamente nem precisamos de pensar no que estamos a fazer. Se treinarmos a olhar para o estado da nossa mente, com o tempo será um estado mental perfeito.

Com o tempo é certo que seremos capazes de desenvolver esta aspiração, das nossas qualidades positivas, gradualmente chegaremos à perfeição. E isso influenciará as nossas acções e o meio ambiente.

Quando treinamos a mente é importante que o façamos com a determinação de nos tornarmos perfeitos. Não estamos a treinar apenas por um determinado período de tempo, mas sim até atingir o objectivo.

É certo que quando não suportamos alguém, é porque estamos a olhar para o seu lado negativo e não para o lado positivo. Se olharmos para o lado negativo dos outros, podemos transformar o nosso mundo em algo de miserável e terrível.

Se procurarmos as boas qualidades dos outros, podemos reconhecer as coisas boas que eles têm. Se procuraremos defeitos vamos encontrar muitos, em especial se formos arrogantes.

O pai do Rinpoché, Kangyur Rinpoché, e os seus mestres perguntavam: será que viste o yaque no teu nariz? Há um provérbio tibetano que diz que se olharmos para os defeitos dos outros, a mais pequena falta é logo notada, mas não as nossas. Podemos ver um pequeno insecto no nariz dos outros mas não vemos um yaque no nosso nariz.
Significa que consideramos os nossos defeitos como qualidades e as qualidades dos outros como defeitos.

Para sermos capazes de viver bem com os outros temos que ser capazes de ver as suas boas qualidades e não os seus defeitos. Nós como seres humanos somos muito diferentes uns dos outros. Em especial pelos tantos hábitos que temos. É importante tentar ver as qualidades dos outros e através disso podemos relacionar-nos com eles.
Se verificarmos cuidadosamente, será que podemos viver isoladamente, sem os outros? Será muito difícil.

É importante ter a confiança que podemos progredir mas ao mesmo tempo que, tal como nós somos importantes, também os outros são. Como nós queremos a felicidade, também os outros a querem, e do mesmo modo que queremos evitar o sofrimento, também os outros o querem.

Os seus mestres diziam, a treinar a mente há que tentar oferecer aos outros aquilo que nós queremos, e tentar não fazer aos outros aquilo que não desejamos para nós mesmos.

Quando tentamos treinar a mente, começamos pela nossa família pensando o que posso fazer para fazer a minha mulher feliz, o meu filho etc.., como ajudá-los, como faze-los felizes. Como remover o seu sofrimento, e assim poderemos desenvolver mais harmonia. Gradualmente poderemos também pensar nos nossos vizinhos e assim vamos alargando.

E se nós sentimos os outros como insuportáveis, temos que pensar que isso é devido aos seus problemas, que os impedem de manifestar o seu amor e alegria. Temos que pensar que não somos todos perfeitos.

Os mestres do Rinpoché diziam que com a tolerância, o maior dom que podemos oferecer na vida é o do perdão. E se nós com o tempo podemos treinar a mente de forma positiva, gradualmente o lado negativo vai diminuindo.

No dia em que formos capazes de eliminar os obscurecimentos e as tendências habituais, estaremos despertos dos nossos sonhos e ilusões. Quando alguém está iluminado, é capaz de descobrir incríveis qualidades e sabedoria.

No que respeita à sabedoria, trata-se de uma sabedoria que sabe as coisas como elas realmente são, que sabe o que é necessário saber, não é uma sabedoria limitada. Quando formos capazes de desenvolver este estado de sabedoria, seremos capazes de beneficiar a nós mesmos e aos outros.

Realização da sabedoria livre de toda a ilusão, essa realização desenvolve uma compaixão infinita. Compaixão infinita é o que podemos sentir, tal como um amor semelhante ao que uma mãe tem por um filho único, em que o pensamento, amor e compaixão, está sempre ocupado pelo filho, e surgirá em nós, do mesmo modo que com o sol vem o seu calor.

A sabedoria da liberdade resulta do desenvolvimento da compaixão infinita. Assim, se existe esta sabedoria e compaixão, o pensamento egoísta não terá espaço para surgir.

Quando formos iluminados teremos estas qualidades, uma sabedoria, compaixão e ausência de egoísmo que manifestaremos a partir do mais íntimo de nós. Com a realização da verdadeira sabedoria impregnada de amor e compaixão, seremos capazes de ver as coisas de forma diferente.

Tal como Jigmé Khyentse Rinpoché esteve a ensinar sobre os quatro selos na perspectiva do ensinamento do Buda:

i) Que todas as coisas compostas são impermanentes, porque têm uma natureza
destinada ao declínio;
ii) Que as emoções negativas, ou obscurecimentos, são uma causa de queda, de
tormentos, são fonte de sofrimento (todos os fenómenos contaminados são insatisfatórios);
iii) Que os fenómenos são desprovidos de existência intrínseca. Todos os fenómenos são vacuidade, desprovidos de realidade intrínseca;
iv) Paz é quando estamos livres do sofrimento (o nirvana é a verdadeira paz). Quando reconhecemos que a vacuidade é um estado livre de apego ao self e aos fenómenos, então conseguimos atingir o nível para além dos conceitos e para além do sofrimento.

Ao nível da visão é importante reconhecer que tudo é interdependente. A nossa felicidade depende do nosso estado da mente. Tudo o que acontece depende do nosso estado mental e das nossas acções.

Tudo o que fazemos, tudo o que pensamos produz uma reacção. Se queremos ser livres é necessário seguir a via da não violência, baseada no amor, compaixão e tolerância.

A violência não se limita às acções corporais. A violência pode ser em muitos diferentes níveis, pode existir no estado mental, no modo de falar, tem muitas formas de se manifestar.

Em essência, há que cultivar o bom coração. O bom coração inclui tudo. Como diz Sua Santidade o Dalai Lama, “adoptem um bom coração”.

Frequentemente os nossos mestres em vez de cumprimentarem dizendo bom dia, perguntam se tiveste um bom coração, e em vez de dizerem adeus dizem, tem um bom coração. O bom coração é o melhor investimento que podemos fazer no que respeita à felicidade para as vidas futuras.

Precisamos limpar o obscurecimento do nosso estado mental para que ele se torne livre da ilusão. Ver os aspectos positivos dos outros em vez dos negativos, é o que nos traz paz.

Podemos sentir ira ou cólera, mesmo na nossa família, e manifestar isso pode ser útil, porque recalcar isso pode trazer enormes problemas. O resultado são os cinco venenos, as cinco emoções conflituosas que produzem toda a espécie de doenças.

Se quisermos reduzir as doenças físicas é necessário reduzir as emoções conflituosas, desenvolvendo os quatro pensamentos, amor compaixão, alegria e equanimidade. Ter os efeitos positivos destes quatro pensamentos e daí podemos extrair um benefício real para nós e para os outros.

(o trabalho de um irmão, o Jorge... um abraço)

25 julho 2005

Calendário Tibetano

isto é uma coisa que me pedem frequentemente, um Calendário Tibetano

uma citação

"Your vision will become clear only when you look into your heart. Who looks outside, dreams. Who looks inside, awakens."

– Carl Jung

23 julho 2005

A vida de todos os dias é o Caminho

Joshu perguntou a Nansen: "O que é o Caminho?"
Nansen disse: "A vida de todos os dias é o Caminho."
Joshu perguntou: "Pode ser estudado?"
Nansen respondeu: "Se tentares estudar, estarás longe dele."
Joshu perguntou: "Se não estudar, como posso saber que é o Caminho?"
Nansen disse: "O Caminho não pertence ao mundo da percepção, nem pertence ao mundo da não-percepção. A cognição é uma ilusão e a não-cognição não tem sentido. Se queres encontrar o verdadeiro caminho para além da dúvida, coloca-te na mesma liberdade que o céu. Não chamas bom nem não-bom."

Com estar palavras Joshu despertou.

A Face Original

Este é um dos koans mais bonitos e interessantes: "Qual a tua face original, aquela antes dos teus pais nascerem?" Abre as portas de todo o universo, e durante um sesshin, tive uma imagem relacionada com este koan. No blog de Chung Tao, ele escreveu ultimamente sobre isso. Vale a pena ler todo o artigo: A Face Original, mas gosto sempre de voltar à questão do agora, pois para mim a primeira vez em que fez clic foi uma revelação:

"O que mais impressiona na sabedoria zen é seu valor implícito. O Dharma, como afirma o Buddha, habita o agora (Drshta Dharma Sukha Vihari, sansc. orig.). Não há um tempo futuro onde alguma verdade sobre nós mesmos será revelada. A questão fundamental é respondida todo o tempo, ela é revelada constantemente. Nossa verdadeira face nos encara neste momento, sobre esta folha de papel ou através da janela de nosso quarto. O Homem não vê que sua identidade se manifesta nas existências à sua volta de uma forma dinâmica e direta. Isso precisa ser praticado, e não apenas dito. Toda a base do reconhecimento interior humano depende do esforço de prática, do exercício contemplativo constante."

22 julho 2005

Recomeços

é sempre bom parar e recomeçar... :)
dá-nos a oportunidade de refrescar, de voltar à "mente de principiante" de que falava Suzuki
pensava recomeçar o blog só para Setembro, mas afinal aqui estou
e como ando a "refrescar-me" no blog de Chung Tao, retiro de lá uma das frases dele que também fala de gotas:
"ao caminhar na chuva, não tem sentido correr; as gotas permeiam o universo, caem em todo lugar. A busca de abrigo é compreensível, mas até chegar a ele não podemos evitar encontrar as gotas no caminho. Então, por quê correr? A vida está em toda parte..."